Não é de agora, mas ainda não comentei esta notícia que saiu n’O GLOBO, segundo a qual os filhos podem reduzir a satisfação no casamento. Não sei se o mais triste é que um estudo dessa natureza tenha sido feito, que ele tenha sido divulgado, ou que os leitores tenham feito os comentários que fizeram sobre o assunto; no entanto, o problema fundamental está na concepção doentia que as pessoas têm de “casamento”.
Casamento não é para “satisfazer” ninguém! Se as pessoas soubessem disso, ninguém ia gastar tempo e dinheiro fazendo um estudo que não tem a ver diretamente com o Matrimônio, ninguém ia divulgá-lo e ninguém ia comentá-lo. No entanto, a sociedade pagã na qual nós vivemos parece ter como um dogma que a “satisfação” conjugal é o valor máximo a ser buscado dentro do casamento, o que justificaria tudo, da contracepção ao divórcio, do aborto à amásia. Claro; afinal, se eu não estiver “satisfeito”, por qual motivo eu deveria ter filhos? Por qual motivo eu deveria ficar junto de uma pessoa que não me “satisfaz”? Por que motivo eu não poderia ficar com alguém que me dá “satisfação”?
E, com isso, são solapadas as bases do ordenamento social. As famílias são formadas em primeiríssimo lugar para que sejam gerados e educados cidadãos para o Estado e filhos de Deus para a Igreja. A dimensão procriativa é inerente à sociedade familiar e dela não pode ser separada artificialmente, sob pena de que a própria idéia de “Família” enfraqueça-se. E favor não confundir isso que estou dizendo com “sexo é só para reprodução”, “o amor entre os cônjuges não importa”, “casais estéreis não são casais de verdade”. Não tem nada a ver.
O problema maior aqui é a “hierarquização invertida” de valores. Uma subjetiva “satisfação” dos cônjuges – diga-se de passagem, na sociedade paganizada na qual vivemos, cada vez mais intrinsecamente desordenada e dificilmente alcançada… – é insinuada como se fosse mais importante do que o bem objetivo da prole! É verdade que o próprio corpo do texto – aliás, expediente que está se tornando cada vez mais comum… – não diz a mesma coisa que o título; no entanto, a impressão passada pela matéria, ao leitor desatento, é realmente negativa para a paternidade e a maternidade. É preciso resgatar o sentido de “Família”. Reportagens irresponsáveis como essa tornam cada vez mais difícil encontrar o verdadeiro sentido de “felicidade familiar”, escondido sob o “senso comum” paganizado… que a Virgem Santíssima, Regina Familiae, rogue por nós.
[…] 21, 2009 por Julie Maria Fonte: Deus lu vult – Por Jorge […]
Como sempre… estas notícias só servem para enganar os pobres ignorantes. A realidade é justamento o oposto: casais SEM filhos ou com UM filho apenas são predominante infelizes! O ego nunca é saciado e dois egos juntos (por egoísmo) não se transforma em amor… continua (como explica Karol W. em seu livro Amor e Responsabilidade) como a “união” de dois egoísmos… e isso só gera infelicidade.
Eita mundão….
Ah se conhecesse o dom de Deus……..
Julie Maria
Jorge, belíssimo texto do amado Karol Wotjyla que responde esta e muitas questões atuais:
LINK: http://juliemaria.wordpress.com/2009/04/14/amor-e-responsabilidade/
PAX
Eu e minha esposa temos somente UMA filha e somos 100% felizes com ela!
Alien, o que não significa que seriam infelizes se tivessem outros filhos.
Para quem quiser ler um estudo sério sobre a desagregação da família no ocidente, recomendo a leitura de “Refúgio num Mundo sem Coração” do norte-americano Christopher Lasch (Ed. Paz e Terra). Lasch, falecido em 1994, foi uma das maiores inteligências dos EUA.